PEQUENOS BARCOS...
Pequenos barcos
aninhados na manta côncava da noite,
frágil exército de versos de sombra
vigiam, estéreis, o silêncio
marulhando de abandono
na obscura ondulação do poema.
Pequenos barcos,
olhos do rio atentos à primeira alva,
aguardam - como tu e os versos -
a misericórdia da luz, a chegada dos afectos,
o generoso sentido da utilidade.
Photo © Adão Moreira / poema: Pires da Costa
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