Uma fotografia é, simultaneamente, a gloriosa evocação e a morte de um momento.
E é na
ambiguidade desse encontro entre o "glorificar a vida" e o
"condenar à morte" do momento, que se poderá encontrar
o seu valor de arte.
Porém, no
fim, ao autor resta quase sempre, para além da
misteriosa consolação, o breve terror de uma blasfémia, um vago sentimento de
tristeza e culpa. A "morte" fotográfica poderia não ter
acontecido! O momento poderia ter permanecido "intocado", no seu silêncio puro e virgem. Poderíamos abster-nos mas simplesmente não conseguimos resistir à tentação da liberdade, isto é, ao fascínio da criação.
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