13 September 2015

UMA ALVORADA DE RAMOS...






















O olhar desenha uma alvorada de ramos,
crescem raízes na água adormecida,
as árvores habitam no espelho do silêncio,
o mistério é liquido, perfeito e breve.

Uma alma de luz emoldura a madrugada.
É uma flor celeste, transparente, viva,
um risco branco de fulgor na tela virgem da paisagem, 

frágil promessa que suspende a dor.

Tão sereno este silêncio que cicia na aurora!
É ele que te conserva intacto, te ilumina,
te muda o sentido, te devolve a glória.
Ele é a pergunta e também a resposta.

Percorres as mansas veredas do silêncio
e aguardas que amanheça o espanto com o dia 

porque continuas vivo e as tuas veias são como 
ramos nus que anseiam por uma explosão de folhas.

Photo © Adão Moreira  / Poema:Pires da Costa in  Aproximações ao Silêncio


 

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