A SOMBRA NÃO ALUMIA A SOMBRA...
Não confundas nunca a noite com o dia!
No exíguo rectângulo do poema separem-se as águas da ilusão e do real.
Não adianta tentar imitar os deuses. Dos céus não desce já deslumbramento. Apenas a morna exaltação de um mundo desintegrado, de aparências compradas a expensas da desistência de interrogar o enigma amargo do solitário destino.
Milénios e milénios de morte triunfante sobre o homem só.
Não conhecemos a porta de entrada para outro mundo.
Somos sombra e sombra não alumia a sombra.
Photo: Lost Man, Paris © Adão Moreira / Texto: Pires da Costa
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